segunda-feira, 6 de abril de 2015

Correios: estatal corre para liberar edital de seleção temporária

Outros cargos da área operacional, como operador de triagem e atendente comercial, também do 2º grau, deverão ser englobadas.

Com o anúncio de contratar novos trabalhadores em julho, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) concentra esforços para abrir um processo seletivo para contratação temporária muito em breve. A seleção terá validade entre um a cinco anos. De acordo com uma nota divulgada pela empresa, no último dia 26, o concurso para efetivos e o processo temporário serão realizados após discussões entre a estatal e as representações sindicais nas reuniões do Sistema Nacional de Negociação Permanente, que ocorrerão entre os meses de abril e maio deste ano. As datas desses encontros ainda não foram divulgadas.
Outros cargos da área operacional, como operador de triagem e atendente comercial, também do 2º grau, deverão ser englobadas.
Concurso dos Correios

Segundo o presidente da estatal, Wagner Pinheiro de Oliveira, "a seleção é transparente, pois a pessoa sabe que está disputando uma vaga que vai de 12 a 60 meses. Porque, se ao final de um ano a empresa não precisar mais do quadro, pode romper o contrato. Para nós é importante, porque temos demandas sazonais e temos sempre problemas com a Justiça para a contratação de temporários", revelou, em recente entrevista.

O dirigente também acrescentou que a intenção é de iniciar as novas contratações temporárias pela região de Campinas - local com déficit aproximado de dois mil trabalhadores, e onde foram demitidos 432 funcionários após o fim do contrato com uma empresa terceirizada. Devido à carência, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios de Campinas e Região (Sintec/CAS) revelou que dois milhões e meio de correspondências estavam paradas nos centros de distribuição da região.

Ainda sobre a seleção temporária, o presidente dos Correios disse que "é um modelo aprovado pelos órgãos de controle. Algumas universidades já estão praticando e vamos adotá-lo pela primeira vez. Seguimos norma do governo, obedecemos o básico das leis de Licitação e de concurso público". Apesar de os cargos e o número de vagas ainda não estarem definidos, é bem provável que a função de carteiro, de nível médio, receba a maior oferta.
Outros cargos da área operacional, como operador de triagem e atendente comercial, também do 2º grau, deverão ser englobadas. A remuneração atual de um carteiro pode chegar a R$2.200, levando em consideração os adicionais. Já para as demais funções, o valor mensal é de R$2.006,65 (para 27 dias de trabalho) ou R$1.893,50 (23 dias), incluindo benefícios.
Sintect-RJ cobra renovação do quadro de efetivos
Totalmente contrário ao processo seletivo para contratação temporária que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) quer abrir. Assim encontra-se o Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro (Sintect-RJ). Um dos diretores do órgão, André Messias, ficou surpreso ao saber da nota divulgada pela estatal, de que realizará as contratações dos novos profissionais já a partir de julho.

"Não estava sabendo dessa informação, mas já de antemão digo que o nosso sindicato é contra esse tipo de contratação. Nessas reuniões do Sistema Nacional de Negociação Permanente, previstas para abril e maio, não iremos aceitar essa proposta deles, pois ficamos apreensivos de firmar um acordo para a realização das duas seleções, e no fim eles só fizerem a de temporários. E a nossa luta é pelo concurso para efetivos", explicou.

Na visão do sindicalista, "caso esses trabalhadores temporários venham mesmo a ingressar na entidade, boa parte deles não terá a mesma motivação para desempenharem suas funções, já que saberão que não ficarão por muito tempo nos Correios, e consequentemente não estarão aptos a construírem uma carreira dentro da empresa".
Além do concurso para contratação de empregados públicos, o Sintect-RJ reivindica ainda principalmente por Centrais de Distribuição Domiciliares (CDD) menos saturadas, maior segurança nas unidades, melhora na qualidade do plano de saúde, e também no tocante ao plano de previdência complementar. "Antes, só éramos descontados em 3%, mas agora eles querem reajustar a cobrança para 22%, para cobrir gastos", revelou.

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